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25 abril 2011

A formação do gestalt-terapeuta de crianças (2): a importancia da teoria




Um outro elemento que considero fundamental na formação do psicoterapeuta de crianças é o conhecimento e estudo da teoria, o que no cenário da Gestalt-Terapia, muitas vezes é relegado a um segundo plano, numa alegação de burocratização ou racionalização da abordagem, que nos levaria ao  “falar sobre”  algo ao invés de vivencia-lo “visceralmente”.
Porém, defendo arduamente um programa teórico estruturado e consistente nos cursos de formação e vejo com cautela cursos que privilegiam aspectos práticos e vivenciais, pois  acredito que estes de forma isolada não capacitam o psicoterapeuta a exercer sua tarefa de forma consistente e consciente, ou seja, sabendo o que está efetivamente fazendo e para que está fazendo.
Entendo que uma metodologia de trabalho encontra-se necessariamente vinculada a uma concepção de homem e de mundo, uma dando sentido a outra e por isso não acho que temos a possibilidade de nos tornar psicoterapeutas sem saber “para quê” estamos intervindo, em função de que realizamos essa intervenção em detrimento de outra ou o que nos faz encaminhar a situação desse jeito e não daquele, e para isso, vamos encontrar respaldo na teoria.
 Cabe ressaltar que a atenção cuidadosa ao programa teórico, não descarta de forma alguma as vertentes técnica e vivencial, mas as coloca no mesmo nível de importância. Na medida em que possuímos uma concepção holística de homem e de mundo, não consideramos que a formação deva ser eminentemente teórica ou intuitiva,  “cabeça” ou “coração”, acadêmica ou prática.
Coerentemente com a perspectiva holística, acredito na teoria embasando a prática, que, por sua vez busca a teoria, que emerge da necessidade prática, que faz aprofundar novamente a teoria e que é perpassada o tempo inteiro pela pessoa do psicoterapeuta, com suas experiências, seus recursos, suas possibilidades e seus limites.
Assim, a insistência com a vertente teórica, não é uma tentativa de privilegia-la, mas de inseri-la com equilíbrio e justiça na formação do gestalt-terapeuta; creio que o pouco crédito a importância da teoria na formação do gestalt-terapeuta ao longo de muitos anos, nos levou a uma situação de inconsistência metodológica e de um determinado tipo de visibilidade marcado pelo estereótipo do “oba-oba”, bem como de desconfiança, descrédito e desrespeito por parte dos representantes de outras abordagens dentro do cenário mais amplo das psicoterapias atuais, particularmente dentro do contexto acadêmico.
Assim, é dentro dessa perspectiva holística e circular, em um campo que se constrói na interseção de múltiplas forças que entendo a possibilidade de construção de um curso de formação em Gestalt-Terapia, onde o aluno é encorajado a “botar a mão na massa” e iniciar sua vida profissional, evitando assim o fenômeno do eterno estudante, da eterna preparação para a vida profissional que jamais se inicia, porém, com responsabilidade e investimento, tanto em termos de crescimento pessoal, através da psicoterapia, quanto em termos acadêmicos, através do estudo, da supervisão e da produção teórica.
Evitamos assim, a linearidade representada na “prática que se estabelece depois da teoria”, e propomos a circularidade e a retroalimentação entre teoria e prática na formação do gestalt-terapeuta infantil.
Portanto, pessoal, vamos ESTUDAR e transformar nosso conhecimento em prática!
Qual foi o ultimo livro que você leu, o ultimo curso que fez, o ultimo evento do qual participou, o ultimo debate que travou?
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