Espaço terapêutico é a forma como organizamos nosso local de trabalho, tanto o espaço físico em si, como os móveis e recursos utilizados no processo terapêutico.
O espaço físico onde se desenrolará a psicoterapia é importante porque será o espaço que funcionará como receptáculo de tudo o que surgir no encontro terapêutico. É necessário que seja bem iluminado, e com recursos que convidem e permitam à criança a compartilhar seu mundo com o psicoterapeuta, através de todas as suas funções de contato.
É importante destacar que uma coisa é o espaço desejável e outra coisa é o espaço possível e real. Apesar de listarmos o que seria ideal, tanto em termos de espaço quanto de recursos lúdicos, sabemos que nem sempre é possível dispor de tudo o que gostaríamos, e por isso precisamos dar ênfase naquilo que realmente faz a diferença no processo terapêutico: a relação que estabelecemos com a criança.
Mais importante que os recursos lúdicos ou o espaço disponível, é a capacidade de invenção, imaginação e criatividade do psicoterapeuta para transformar em lúdico todo e qualquer objeto presente no espaço terapêutico, como, por exemplo, almofadas, que podem ter mil e uma utilidades: elas se transformam em montanhas, cavernas, camas, caminhos, campos minados, torres, bombas, etc, servindo para experienciar sentimentos de abandono, aconchego, proteção, perigo ou raiva.
O espaço terapêutico também precisa ser congruente com nossa visão de homem e nossa metodologia terapêutica. Como utilizamos recursos lúdicos que envolvem materiais que sujam (cola e tinta) e brinquedos que se movem (dardos ou bolas) é fundamental que tenhamos um espaço que possa comportar a utilização desses materiais e que seja simples o suficiente para o psicoterapeuta não ficar se preocupando com a integridade da mobília e dos objetos da sala, bem como do chão ou da parede.
O espaço para atender crianças precisa contemplar um critério facilitador da experiência e não o de uma sala de visitas. Se a encaramos como o centro da psicoterapia, é a partir das necessidades da criança que a sessão vai acontecer e o espaço precisa se apresentar permissivo o suficiente para isso.
Isso significa o maior espaço livre possível, mobília funcional, polivalente e, sobretudo segura, ausência de quaisquer detalhes que possam correr risco em sua integridade ou colocar em risco a integridade do psicoterapeuta e da criança, tais como quadros pesados, enfeites, bibelôs, coisas que se quebram facilmente, mesas de vidro, chão instável, tapetes que deslizam, objetos muitos pequenos, cortantes, caros, sofisticados ou que tenham valor sentimental para o psicoterapeuta.
O espaço amplo é importante na medida em que o movimento corporal é uma das funções de contato predominante nas crianças, particularmente nas menores e/ou nas que não estão conseguindo expressar de forma criativa e satisfatória sua energia no mundo.
Nesses casos, geralmente, a energia é expressa, prioritariamente, através da movimentação intensa pela sala, correndo, pulando, arrastando coisas, etc. Como o espaço terapêutico tende a oferecer experiências diferentes das que a criança costuma encontrar, muitas vezes é o único lugar onde ela pode se expandir e estabelecer contato com tal energia.
O piso deve ser resistente e de fácil limpeza, para que ninguém precise ficar preocupado com “sujar”, e também não muito frio, uma vez que é bastante comum crianças sentarem no chão durante a sessão terapêutica.
O uso de carpetes é uma possibilidade, embora inconveniente, por não ser tão fácil de limpar, por acabar limitando as possibilidades de experimentação e expressão da criança durante sua sessão, e por ser uma fonte de poeira e ácaros podendo atingir as crianças mais suscetíveis a manifestações alérgicas.
Uma alternativa para pisos frios, ou mesmo para cobrir partes acarpetadas, é o uso de tapetes de borracha coloridos, vendidos em quadrados; eles podem ser encaixados da maneira que melhor convier e servir de base para uma série de atividades, uma vez que podem ser facilmente lavados, dependendo das necessidades de cada criança.
Os recursos lúdicos devem ficar preferencialmente expostos em estantes, armários ou prateleiras de fácil acesso às crianças. Isso é fundamental para nossa percepção e compreensão dos níveis de autonomia de cada criança de forma que possamos discriminar aquela que pede nossa ajuda ou permissão porque precisa da mediação do adulto daquela que realmente não consegue fazer sozinha, como por exemplo, pegar um brinquedo em uma prateleira que ela não alcança.
Em Gestalt-Terapia, entendemos o ser humano como um campo organismo-meio, em que o mundo “interno” e o “externo” estão em constante interação. Aquilo que emerge dessa interação é o que precisa ser preservado e não os recursos em si. A possibilidade de compartilhar os recursos lúdicos não retira o espaço para a privacidade, representada por pastas individuais, onde a criança pode deixar o que quiser, e, sobretudo da escolha a respeito do que ela vai compartilhar e do que vai guardar para si, oferecer para o outro, jogar fora, etc.
Acreditamos que esta forma de apresentação dos recursos lúdicos favorece a experiência do compartilhar (todas as crianças que freqüentam o espaço terapêutico brincam com a casa de bonecas ou na caixa de areia); permite a emergência de situações onde trabalhamos a frustração (aquela que quer levar um fantoche ou um pote de tinta para casa ou ainda a que deseja que os bonecos fiquem arrumados da mesma maneira até a sua volta); a vivência de limites (a criança que utiliza todo o pote de argila e não existe mais argila disponível); o surgimento de rivalidades e ciúmes (quando a criança quer mexer na pasta de outra ou quer deixar seu trabalho exposto para vejam o que ela realizou); a expressão da inveja (a criança incomoda-se diante da produção exposta de outra criança, desdenhando-a ou se desqualificando); a emergência da competição (aquela que quer saber se o cliente anterior é tão bom como ela no jogo de dama, ou a criança que ao ver um desenho de outra exposto, escolhe realizar um desenho “muito mais bonito”); e da curiosidade ( a que explora todos os recursos e faz perguntas sobre eles).
O fundamental é que, longe de ser um convite a experimentação dos dotes de decoração do psicoterapeuta, o espaço terapeutico em GT com crianças é consoante com a tarefa terapeutica, com a perspectiva de ser humana encarnada pela abordagem e com o metodo fenomenologico que a caracteriza!!
Os recursos lúdicos devem ficar preferencialmente expostos em estantes, armários ou prateleiras de fácil acesso às crianças. Isso é fundamental para nossa percepção e compreensão dos níveis de autonomia de cada criança de forma que possamos discriminar aquela que pede nossa ajuda ou permissão porque precisa da mediação do adulto daquela que realmente não consegue fazer sozinha, como por exemplo, pegar um brinquedo em uma prateleira que ela não alcança.
Em Gestalt-Terapia, entendemos o ser humano como um campo organismo-meio, em que o mundo “interno” e o “externo” estão em constante interação. Aquilo que emerge dessa interação é o que precisa ser preservado e não os recursos em si. A possibilidade de compartilhar os recursos lúdicos não retira o espaço para a privacidade, representada por pastas individuais, onde a criança pode deixar o que quiser, e, sobretudo da escolha a respeito do que ela vai compartilhar e do que vai guardar para si, oferecer para o outro, jogar fora, etc.
Acreditamos que esta forma de apresentação dos recursos lúdicos favorece a experiência do compartilhar (todas as crianças que freqüentam o espaço terapêutico brincam com a casa de bonecas ou na caixa de areia); permite a emergência de situações onde trabalhamos a frustração (aquela que quer levar um fantoche ou um pote de tinta para casa ou ainda a que deseja que os bonecos fiquem arrumados da mesma maneira até a sua volta); a vivência de limites (a criança que utiliza todo o pote de argila e não existe mais argila disponível); o surgimento de rivalidades e ciúmes (quando a criança quer mexer na pasta de outra ou quer deixar seu trabalho exposto para vejam o que ela realizou); a expressão da inveja (a criança incomoda-se diante da produção exposta de outra criança, desdenhando-a ou se desqualificando); a emergência da competição (aquela que quer saber se o cliente anterior é tão bom como ela no jogo de dama, ou a criança que ao ver um desenho de outra exposto, escolhe realizar um desenho “muito mais bonito”); e da curiosidade ( a que explora todos os recursos e faz perguntas sobre eles).
O fundamental é que, longe de ser um convite a experimentação dos dotes de decoração do psicoterapeuta, o espaço terapeutico em GT com crianças é consoante com a tarefa terapeutica, com a perspectiva de ser humana encarnada pela abordagem e com o metodo fenomenologico que a caracteriza!!
Parabéns Luciana pela iniciativa do blog.
ResponderExcluirMuito interessante. Entro sempre e estou adorando!
Obrigada por nos proporcionar essas leituras!!
Hortência
Brasilia-DF