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20 março 2011

GT com crianças: Expandindo as fronteiras da clinica

A criança vista pela Gestalt-terapia é uma totalidade singular, que se desenvolve através da relação ativa e sucessiva com as forças do campo do qual é parte integrante e só pode ser entendida a partir desse contexto de forças que se intercruzam e interagem.

Ao longo de seu desenvolvimento, apesar de a criança ser a todo instante influenciada e modificada, ela também detém a possibilidade de influenciar e transformar seu meio com a finalidade de torná-lo assimilável, caracterizando assim, o desenvolvimento como um processo ininterrupto de interação com o mundo.

A relação estabelecida com o mundo não se caracteriza pela passividade, mas pela possibilidade de ação e transformação do meio com a finalidade de adaptar-se da melhor forma possível as circunstâncias.

Com essa visão de ser humano, o que vamos denominar infância é um determinado período do desenvolvimento, onde o ritmo das aquisições e transformações é mais acelerado, fazendo desse momento palco de constantes desafios e inúmeros ajustamentos criativos.

Atuar junto a essa criança significa utilizar o arcabouço teórico e técnico da Gestalt-terapia para, por um lado, facilitar o pleno desenvolvimento de seu potencial e, por outro promover as necessárias reconfigurações de padrões estereotipados e cristalizados que caracterizam o funcionamento não saudável.

Assinalamos dessa forma, um caráter não só “curativo” daquilo que não se apresenta saudável, mas também uma perspectiva de prevenção do funcionamento não saudável através da promoção de melhores condições para que o funcionamento saudável aconteça.

Para isso, precisamos encontrar essa criança antes que ela chegue em nossos consultórios, nos seus fóruns naturais, tais como a escola e a comunidade; precisamos trabalhar com seus pais, cuidadores, médicos e professores; necessitamos atuar em seu campo promovendo a informação, a reflexão e a awareness de todos que fazem parte dele, propiciando assim relações mais fluidas e nutritivas.

Ao pensarmos assim a prática do gestalt-terapeuta com crianças, um campo de possibilidades se abre além do modelo clinico:

1.      O trabalho em escolas, junto às crianças, seus pais e professores.
2.      Em comunidades junto às crianças, pais e futuros pais.
3.      Em serviços de saúde junto a gestantes, puérperas e jovens mães.
4.      Em instituições que abrigam crianças.
5.      Em pesquisas que conduzem a novas formas de perceber a criança e sua relação com o mundo contemporâneo.

Desenvolver a Gestalt Terapia além do modelo clinico é um desafio para os gestalt-terapeutas, bem como utiliza-la de forma coerente com suas bases teóricas. Destacamos alguns aspectos especialmente relevantes nesse sentido:

1.Pautar o trabalho em uma estreita vinculação com a concepção de homem e de mundo que possuímos. 
2. Considerar as diferenças básicas entre crianças e adultos e suas implicações para a prática.
3. Estabelecer uma relação de caráter dialógico com prioridade frente aos recursos lúdicos e as técnicas gestálticas.
5.. Intervir segundo os pressupostos do método fenomenológico, permitindo que a criança seja o eixo norteador da construção de formas mais satisfatórias de estar no mundo.

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